terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Fallout - War, War Never Change!

Fallout é uma palavra de origem inglesa que significa "chuva radioativa" que consiste na deposição de partículas radioativas em suspensão na atmosfera que são precipitadas novamente ao solo com a chuva. Após uma explosão nuclear, muitas das partículas oriundas do local onde explodiu estão carregadas com isótopos radioativos e vão para atmosfera. A atmosfera junto com a dinâmica dos ventos se encarrega de espalhar esse pó radioativo para as demais regiões do mundo. Pois justamente sob o tema desse fenômeno de poluição radioativa somado a um roteiro de um acontecimento de uma guerra nuclear nos anos 50 que a famosa série de RPG Fallout faz uso para oferecer um jogo com cenário pós-apocalítico no século 22.


Fallout 3 Teaser Trailer

Fallout consiste de um jogo baseado em turnos que usa um sistema de jogos de RPG chamado SPECIAL. Nas versões mais recentes você pode escolher se quer jogar no modo ação ou entrar no modo turno. Há sempre a missão principal do jogo e várias missões paralelas que você pode escolher ou não cumpri-las. Outro ponto bastante presente nos jogos é a interação entre os personagens através de diálogos (muito bom para quem colocar o seu estudo de inglês em prática). Eu poderia passar o dia todo descrevendo o jogo aqui e não seria suficiente para mostrar toda a riqueza de detalhes que a serie possui.

Gameplay do  Fallout 3

História

"Em 2077, a escassez de petróleo e as tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China provocam uma guerra nuclear. Os ataques começam e a explosão acaba com toda a costa oeste da América do norte. O governo dos EUA, como precaução, construiu vários abrigos nucleares chamados Vaults, e mandou para esses abrigos cidadãos americanos devidamente escolhidos (os que tinham boa saúde e a mínima propensão para doenças). " (Retirado da Wikipedia).
A serie evoluiu bastante ao longo dos anos, teve seu primeiro lançamento pela Interplay  Entertainment Corporation em 1997, desenvolvido pelo estúdio Black Isle. Porém, o projeto mudou de mãos ao longo de suas publicações passando por várias empresas e hoje pertence a Bethesda SoftWorks. Fallout 1 e 2 possuiam cenários 2D e a movimentação do personagem era feita através de cliques com o  mouse  para o desitno desejado, já Fallout 3 e New Vegas possui um cenário 3D bastante rico e a movimentação do personagem igual ao jogos FPS porém é possível a visão em 3ª pessoa também.


Gameplay de Fallout 2

Premiações
Alguns jogos da série conseguiram se destacar na crítica positivamente, dentre as várias premiações vale destacar:
  • RPG do Ano pela GameSopt em 1997;
  • Foi nomeado em "101 Best PC Games Ever" pela PC Zone em 2007;
  • Ficou em 5º lugar na lista da IGN "Top 25 PC Games of All Time" em 2007;
  • ficou em 6º lugar na lista "Top 10 Video Game Openings" da Game Informer de 2008. 
 Gameplay do Fallout New Vegas
Pontos Negativos

Eu pude experimentar as versões Fallout 2, Fallout 3 e Fallout New Vegas para computador e posso dizer que a altíssima quantidade de bugs é uma constante na série. Não sei se é devido a complexidade do jogo o que deve tornar difícil o desenvolvimento robusto ou se é por uma possível pressão da produtora para lançar os títulos logo no mercado antes de um acabamento final, mas isso é algo que realmente atrapalha a diversão de qualquer jogador. Há relatos também de um carregamento bastante demorado na trasição de cenários nas versões para xbox 360 e playstation 3. Por fim, a constante mudança de empresa responsável pelo desenvolvimento dos jogos acabou por gerar versões bastante diferentes entre si, tanto no roteiro quanto no modo de jogar e variando bastante a qualidade.

Conclusão

Bom, se você é fã de jogos RPG com tema adulto com pitadas de sarcasmo, de sci-fi, violência e de longa duração, não perca tempo e vá comprar logo um jogo de Fallout. Se cenários 3D é algo essencial para você, recomendo iniciar por Fallout 3, senão Fallout 2 é também uma ótima opção. Na loja Steam aparece de vez em quando promoções dos títulos da série.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Jogo de Assassinos ("Mean Guns", 1997)


Quem foi criança ou adolescente durante os anos 80/90 já deve ter visto algum filme dirigido por Albert Pyun na Sessão da Tarde, Cinema em Casa, Sessão das Dez, e tantas outras sessões de filme que passavam na TV aberta da época - ou então pegando um VHS na locadora mais próxima. Pra quem não sabe, Pyun foi (e ainda é) o diretor de inúmeros filmes de baixo orçamento na época que tanto nos alegraram (ou não), como Cyborg - O Dragão do Futuro (com Van Damme), A Espada e os  Bárbaros (em que havia um vilão melequento e um herói que usava uma espada de 3 lâminas), Capitão América (aquela versão anterior à da Marvel Studios que todo mundo odiava), Kickboxer 2 e 4, etc.

Pois bem, muitos criticam os filmes do cara por serem mal-dirigidos e mal-feitos. Claro que ele não é dos melhores e que a maior parte dos filmes dele são ruins, mas não dá pra negar que ele tem ideias bem interessantes aplicadas nos seus filmes - Cyborg, por exemplo, é um dos melhores filmes do Van Damme, e foi feito a partir de cenários e figurinos que iriam ser usados em dois filmes engavetados pela produtora Cannon: "Homem-Aranha" (!!!) e "Mestres do Universo 2" (Sim, isso mesmo! A continuação do filme do He-Man que tinha o Dolph Lundgren!!!); ou seja, o cara tirou leite de pedra e conseguiu fazer um filme dali.

Mas em 1997, contrariando (quase) todos os seus críticos, o diretor havaiano estava inspirado e fez um filmaço: JOGO DE ASSASSINOS. Na trama, membros de uma organização criminosa são convidados a participarem de uma reunião numa penitenciária que está prestes a ser inaugurada, sem saber qual o assunto dela. O mestre de cerimônias é Moon (o rapper Ice-T), que avisa: todos ali traíram a organização e, por isso, merecem morrer. Porém, Moon, procurando uma nova forma de diversão, resolve fazer com que todos eles se matem uns aos outros na prisão, até que só restem três sobreviventes, os quais dividirão uma bolada de 10 milhões de dólares. Detalhe: todos eles recebem as mais variadas armas (de tacos de beisebol a armas de grosso calibre) e munição, mas só tem 6 horas para acabarem a "competição", porque depois vai haver a inauguração do presídio - depois desse prazo, todos serão mortos. Aí já viu, né? Começa o inferno! Mortes, conluios, alianças forçadas, traições - e o sacana do Moon assistindo a tudo de camarote.



O filme é bem legal por trazer uma história bem surreal bem conduzida, com personagens bem legais, como o "protagonista" Lou, um assassino meio doido interpretado de maneira adoravelmente canastrona por Christopher Lambert (que chega ao presídio acompanhado de uma garotinha de óculos escuros, a qual fica no carro esperando o cara voltar!). A trilha sonora também chama atenção, principalmente por ser composta em sua maior parte por MAMBOS! Cara, é impressionantemente bizarro ver um monte de gente se matando ao som de um mambo dançante! Só vendo pra crer!

Claro que JOGO DE ASSASSINOS tem algumas falhas, como o fato de Moon assistir da cabine a matança e seu monitor mostrar a mesma imagem de câmera que o telespectador vê quando acompanha os personagens (Não deveriam ser umas câmeras posicionadas no teto? Ficou parecendo que havia um cameraman junto com cada grupo...), mas nada que atrapalhe a desenvoltura do filme. Não é algo que vá mudar a sua vida, mas pelo menos vai te divertir pra burro!

P.S.: Antes que me perguntem se existe o DVD do filme no Brasil, digo logo que NÃO - ele só foi lançado em VHS pela Playarte. Uma pena... Quem quiser ver esse filme, vai ter que pegar na locadora do Paulo Coelho importar.

Trailer do filme:

Mestre Capiba por Raphael Rabello e Convidados (2002)



É Carnaval. Como bom pernambucano, gosto desta festa. Porém, não fui educado devidamente na arte de sair atrás de blocos nas ladeiras de Olinda, ou do Recife Antigo. Não me arrependo disso. Até sinto prazer em ver a alegria dos foliões pela TV enquanto descanso um pouco do corre-corre. Carnaval pra mim é sinônimo de descanso. E de ouvir frevo.

O ritmo que atualmente é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO possui três vertentes bem distintas: o frevo de bloco, um ritmo mais lento, onde a poesia e o lirismo tomam conta das canções. Getúlio Cavalcanti é um dos maiores compositores deste tipo de frevo, e trouxe até nós canções como "Último Regresso"; o frevo de rua, geralmente com músicas instrumentais, cujo maior expoente é a música "Vassourinhas". Bastam os primeiros acordes tocarem para que a multidão exploda em alegria; A última vertente é o frevo canção. É um frevo animado também, com o adicional das músicas possuírem letras poéticas.

O maior compositor deste tipo de frevo foi homenageado.por Raphael Rabello e convidados em um álbum lançado em 2002. Trata-se de Capiba. O álbum "Mestre Capiba por Raphael Rabello e Convidados" foi o último trabalho de Raphael Rabello. Trabalho este assinado pelo selo Acari Records, patrocinado pelo Banco do Brasil, e teve sua venda revertida para o projeto "Ação pela Cidadania contra a Fome e a Miséria", do sociólogo Betinho, que inclusive, assina um dos textos do encarte.



O disco, claro reúne alguns frevos. Porém, o que faz este disco ser tão bonito é que ele retrata com arranjos completos e diretos um outro lado de Capiba. São canções, sambas e valsas, que retratam suas paixões e lembranças: O cais do porto, o sino da Igreja anunciando a missa, as cidades de Recife, Olinda e Igarassu, enfim, um lado mais intimista do mestre pernambucano e que Raphael conseguiu explorar (com as participações de diversos amigos de talento, como Chico Buarque, Gal Costa, Alceu Valença, Milton Nascimento, dentre outros) de um jeito bastante interessante. Pela primeira vez, Raphael atua simultaneamente como produtor, instrumentista e até cantor (na faixa Sino, claro Sino). Segundo seu irmão, o jornalista Rui Fabiano, foi o trabalho que ele percebeu uma maior dedicação do músico.

Raphael via Capiba como uma referência em sua infância. Isso porque o compositor pernambucano era amigo do avô de Raphael, o violonista José de Queiroz Batista. Devido a proximidade dos dois, José conhecia muito bem o repertório do amigo, e frequentemente tocava suas músicas nos saraus da família (juntamente com outras músicas pernambucanas), sempre tendo como ouvinte o pequeno Raphael.

Nem o homenageado nem o homenageador viram o trabalho pronto. O gênio do violão faleceu em 1995 aos 32 anos de idade, deixando como último legado este disco sensacional. Coube a irmã, Luciana Rabello,  finalizar o trabalho e lançá-lo, em 2002. Já Capiba, nos deixou em 1997. Ele que tanto incentivou e contribuiu para que Raphael pudesse realizar este projeto.

Quem ganha mesmo somos nós, que podemos ouvir este trabalho único destes dois gênios da nossa música.

Faixas:
  1. Recife, Cidade Lendária (part. Chico Buarque)
  2. Valsa Verde (part. Paulinho da Viola)
  3. Resto de Saudade (part. Gal Costa)
  4. Olinda, Cidade Eterna (part. Caetano Veloso)
  5. Cais do Porto (part. Maria Bethânia)
  6. Igarassu (part. Alceu Valença)
  7. Sino, Claro Sino (part. Milton Nascimento)
  8. Valsa Verde (Instrumental)
  9. A Mesma Rosa Amarela (part. João Bosco e Paulo Moura)
  10. Serenata Suburbana (part. Ney Matogrosso)
  11. Pot-Pourri (part. Claudionor Germano)
    1. A Pisada é essa 
    2. Linda Flor da Madrugada 
    3. Oh! Bela 
    4. Frevo e Ciranda 
    5. Morena Cor de Canela 
    6. Ai, se eu Tivesse 
    7. É Frevo Meu Bem